Histórico
A Biblioteca Popular do Méier foi
inaugurada em 08 de maio de 1952, na gestão do Prefeito João Carlos Vital com o nome de Biblioteca de
Biblioteca Popular do Méier, subordinada ao serviço de Bibliotecas Populares do
Departamento de Educação Suplementar.
Sua 1ª instalação foi a Rua Frederico Méier, 32, onde funcionou até 20 de dezembro de 1972. Posteriormente, mudou-se para a Rua Castro Alves, 155. Em 1990 recebeu como Patrono Afonso Henriques de Lima Barreto.
Em dezembro de 2009 a Secretaria de Cultura
do Município fez acordo com a Secretaria de Cultura do Governo do Estado onde
ocupou a Biblioteca Infantil Carlos Alberto, a Rua Rio Grande do Sul, 83 A,
ficando assim as duas bibliotecas (BICA e Biblioteca Popular do Méier – Lima
Barreto).
Estante em homenagem ao patrono Carlos Alberto |
Em março de 2011, através do Decreto N.º 33.444 de 28 de Fevereiro, passamos a integrar
a Secretaria de Educação e mais uma vez houve a mudança do nome para BIBLIOTECA ESCOLAR MUNICIPAL DO MÉIER – CARLOS ALBERTO.
Veja o histórico da Biblioteca Infantil Carlos Alberto clicando aqui.
O Patrono Lima Barreto
Afonso Henriques de Lima Barreto nasceu em 13 de maio de 1881 na
cidade do Rio de Janeiro. Enfrentou o preconceito por ser mestiço durante a
vida. Ficou órfão aos sete anos de idade de mãe e, algum tempo depois, seu pai
foi trabalhar como almoxarife em um asilo de loucos chamado Colônia de
Alienados da Ilha do Governador.
Concluiu o curso secundário na Escola Politécnica, contudo, teve
que abandonar a faculdade de Engenharia, pois seu pai havia sido internado,
vítima de loucura, e o autor foi obrigado a arcar com as despesas de casa.
Como leu bastante após a conclusão do segundo grau, sua produção
textual era de excelente qualidade, foi então que iniciou sua atividade como
jornalista, sendo colaborador da imprensa. Contribuiu para as principais
revistas de sua época: Brás Cubas, Fon-Fon, Careta, etc. No entanto, o que o
sustentava era o emprego como escrevente na Secretaria de Guerra, onde
aposentaria em 1918.
Não foi reconhecido na literatura de sua época, apenas após sua
morte. Viveu uma vida boêmia, solitária e entregue à bebida. Quando tornou-se
alcoólatra, foi internado duas vezes na Colônia de Alienados na Praia Vermelha,
em razão das alucinações que sofria durante seus estados de embriaguez.
Lima Barreto fez de suas experiências pessoais canais de
temáticas para seus livros. Em seus livros denunciou a desigualdade social,
como em Clara dos Anjos; o racismo sofrido pelos negros e mestiços e também as
decisões políticas quanto à Primeira República. Além disso, revelou seus
sentimentos quanto ao que sofreu durante suas internações no Hospício Nacional
em seu livro O cemitério dos vivos.
Sua principal obra foi Triste fim de Policarpo Quaresma, no qual
relata a vida de um funcionário público, nacionalista fanático, representado
pela figura de Policarpo Quaresma. Dentre os desejos absurdos desta personagem
está o de resolver os problemas do país e o de oficializar o tupi como língua
brasileira.
OBRAS:
·
1905 - O Subterrâneo do
Morro do Castelo
·
1909 - Recordações do Escrivão Isaías
Caminha *
·
1911 - O homem que sabia javanês
·
1912 - As Aventuras do
Doutor Bogóloff
·
1915 - Triste Fim de Policarpo Quaresma *
·
1915 - Numa e a ninfa *
·
1919 - Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá *
·
1920 - Histórias e Sonhos *
·
1922 - Os Bruzundangas *
·
1923 - Bagatelas *
·
1948 - Clara dos Anjos (póstumo) *
·
1953 - Diário Íntimo *
·
1953 - Feiras e Mafuás *
·
1953 - Marginália *
·
1956 - Cemitério dos Vivos (póstumo e inacabado) *
·
1956 - Coisas do Reino de
Jambom *
·
1956 - Impressões de Leitura
·
1956 - Vida Urbana *
·
1956 - Correspondência,
Ativa e passiva 2 tomos *
· Sine die - Diário do hospício *
· Sine die - Diário do hospício *
· Sine die - Melhores contos *
* Obras que a BEM possui.
* Obras que a BEM possui.
Homenagens ao patrono
O escritor
foi homenageado, no Carnaval carioca de 1982, pela Escola de
Samba GRES
Unidos da Tijuca,
com o samba-enredo "Lima Barreto, mulato
pobre mas livre".
Características
e estilo literário:
- Escreveu romances, sátiras, contos, textos
jornalísticos e críticas.
- Abordou
em suas obras as grandes injustiças sociais;
- Fez
críticas ao regime político da República Velha.
- Possuía
um estilo literário fora dos padrões da época. Seu estilo era despojado,
coloquial e fluente.
- É um
escritor de transição entre o Realismo e o Modernismo.
Curiosidades:
Na novela "Fera Ferida", exibida pela Rege Globo entre 1993
e 1994, o autor Aguinaldo Silva usou diversos de seus personagens e histórias
para compor a cidade fictícia de Tubiacanga. "Silva homenageou o
autor através do poeta Afonso Henriques, personagem interpretado por Otávio
Augusto, cujo nome completo era Afonso Henriques de Lima Barreto, homônimo do
homenageado. Além disso, havia uma foto de Lima Barreto com a faixa presidencial
no gabinete do prefeito de Tubiacanga", relembra o acervo de novelas da
Globo.
Programação de Agosto:
- Exposição Folclore
- Contação de histórias com Bernadete Rosa - 14 às 10h
- Contação de histórias com Silvia Castro - 22 às 9h e às 13h.
Aulas de Canto/coral 3ª e 5ª feiras às 10:30h
Aulas de artesanato - de 9 às 12h e das 13h às 17h.
Aulas de violão - 5ª feira de 15 às 17h.
Aulas de Yoga - 6ª feira às 9:15h.
Biblioteca Escolar Municipal do Méier - Biblioteca Infantil Carlos Alberto (Bica)
Rua Rio Grande do Sul, 83 A , Telefone: 3822-0683
E-mail: biblimeier@rioeduca.net
Postado por Lucimar Abelhas, bibliotecária Subgerente da BEM.
Referências:
- Ferreira, Luciana da Costa. Um personagem chamado Lima Barreto. 2007. 147f. il. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Letras, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2007.
- http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/BIOGVINC.htm
- http://www.suapesquisa.com
- BARRETO, Lima, Prosa seleta. Rio de
Janeiro: Nova Aguilar, 2001.
- BARBOSA, Francisco de Assis. A vida de Lima
Barreto. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 2002.
- DIAS, André. Lima Barreto e Dostoiévski:
Vozes Dissonantes". Niterói: EDUFF, 2012. 230 p.
- MENDONÇA, Bernardo. Lima Barreto por Lima
Barreto: um roteiro. In: BARRETO, Lima. Um longo sonho do futuro.
Rio de Janeiro: Graphia, 1993.
- PRADO, Antonio Arnoni. Lima Barreto: o
crítico e a crise. Rio de Janeiro: Cátedra, 1976.
- HIDALGO, Luciana. Literatura da urgência:
Lima Barreto no domínio da loucura. São Paulo: Annablume, 2008.
- CAMPATO JR, João Adalberto. Lima Barreto:
Retórica e Literatura Militante nas Recordações do Escrivão Isaías
Caminha. Curitiba: CRV, 2013.
- Histórico da Biblioteca Lima Barreto – Célia
Gurgel (Bibliotecária de 01/02/88 a 16/08/98
- Histórico da BICA – Disponível em www.cultura.rj.org.br