segunda-feira, 29 de julho de 2013

Conheça a BEM do Méier

Histórico

A Biblioteca Popular do Méier foi inaugurada em 08 de maio de 1952, na gestão do Prefeito  João Carlos Vital com o nome de Biblioteca de Biblioteca Popular do Méier, subordinada ao serviço de Bibliotecas Populares do Departamento de Educação Suplementar.

        Sua 1ª instalação foi a Rua Frederico Méier, 32, onde funcionou até 20 de dezembro de 1972.  Posteriormente, mudou-se para a Rua Castro Alves, 155.  Em 1990 recebeu como Patrono Afonso Henriques de Lima Barreto.  




Em dezembro de 2009 a Secretaria de Cultura do Município fez acordo com a Secretaria de Cultura do Governo do Estado onde ocupou a Biblioteca Infantil Carlos Alberto, a Rua Rio Grande do Sul, 83 A, ficando assim as duas bibliotecas (BICA e Biblioteca Popular do Méier – Lima Barreto).



Estante em homenagem ao patrono Carlos Alberto

Em março de 2011, através do Decreto N.º 33.444 de 28 de Fevereiro,  passamos a integrar a Secretaria de Educação e mais uma vez houve a mudança do nome para BIBLIOTECA ESCOLAR MUNICIPAL DO MÉIER – CARLOS ALBERTO.



Veja o histórico da Biblioteca Infantil Carlos Alberto clicando aqui.


O Patrono Lima Barreto


Afonso Henriques de Lima Barreto nasceu em 13 de maio de 1881 na cidade do Rio de Janeiro. Enfrentou o preconceito por ser mestiço durante a vida. Ficou órfão aos sete anos de idade de mãe e, algum tempo depois, seu pai foi trabalhar como almoxarife em um asilo de loucos chamado Colônia de Alienados da Ilha do Governador.




Concluiu o curso secundário na Escola Politécnica, contudo, teve que abandonar a faculdade de Engenharia, pois seu pai havia sido internado, vítima de loucura, e o autor foi obrigado a arcar com as despesas de casa.

Como leu bastante após a conclusão do segundo grau, sua produção textual era de excelente qualidade, foi então que iniciou sua atividade como jornalista, sendo colaborador da imprensa. Contribuiu para as principais revistas de sua época: Brás Cubas, Fon-Fon, Careta, etc. No entanto, o que o sustentava era o emprego como escrevente na Secretaria de Guerra, onde aposentaria em 1918.

Não foi reconhecido na literatura de sua época, apenas após sua morte. Viveu uma vida boêmia, solitária e entregue à bebida. Quando tornou-se alcoólatra, foi internado duas vezes na Colônia de Alienados na Praia Vermelha, em razão das alucinações que sofria durante seus estados de embriaguez.

Lima Barreto fez de suas experiências pessoais canais de temáticas para seus livros. Em seus livros denunciou a desigualdade social, como em Clara dos Anjos; o racismo sofrido pelos negros e mestiços e também as decisões políticas quanto à Primeira República. Além disso, revelou seus sentimentos quanto ao que sofreu durante suas internações no Hospício Nacional em seu livro O cemitério dos vivos.





Sua principal obra foi Triste fim de Policarpo Quaresma, no qual relata a vida de um funcionário público, nacionalista fanático, representado pela figura de Policarpo Quaresma. Dentre os desejos absurdos desta personagem está o de resolver os problemas do país e o de oficializar o tupi como língua brasileira.




OBRAS:
·         1905 - O Subterrâneo do Morro do Castelo
·         1909 - Recordações do Escrivão Isaías Caminha *
·         1911 - O homem que sabia javanês
·         1912 - As Aventuras do Doutor Bogóloff
·         1915 - Triste Fim de Policarpo Quaresma *
·         1915 - Numa e a ninfa *
·         1919 - Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá *
·         1920 - Histórias e Sonhos *
·         1922 - Os Bruzundangas *
·         1923 - Bagatelas *
·         1948 - Clara dos Anjos (póstumo) *
·         1953 - Diário Íntimo *
·         1953 - Feiras e Mafuás *
·         1953 - Marginália *
·         1956 - Cemitério dos Vivos (póstumo e inacabado) *
·         1956 - Coisas do Reino de Jambom *
·         1956 - Impressões de Leitura
·         1956 - Vida Urbana *
·         1956 - Correspondência, Ativa e passiva 2 tomos *
·         Sine die - Diário do hospício *
·         Sine die - Melhores contos *

* Obras que a BEM possui.

Homenagens ao patrono

             O escritor foi homenageado, no Carnaval carioca de 1982, pela Escola de Samba GRES Unidos da Tijuca, com o samba-enredo "Lima Barreto, mulato pobre mas livre".
Características e estilo literário:
Escreveu romances, sátiras, contos, textos jornalísticos e críticas.
- Abordou em suas obras as grandes injustiças sociais;
- Fez críticas ao regime político da República Velha.
- Possuía um estilo literário fora dos padrões da época. Seu estilo era despojado, coloquial e fluente.
- É um escritor de transição entre o Realismo e o Modernismo. 

Curiosidades:

Na novela "Fera Ferida", exibida pela Rege Globo entre 1993 e 1994, o autor Aguinaldo Silva usou diversos de seus personagens e histórias para compor a cidade fictícia de Tubiacanga. "Silva homenageou o autor através do poeta Afonso Henriques, personagem interpretado por Otávio Augusto, cujo nome completo era Afonso Henriques de Lima Barreto, homônimo do homenageado. Além disso, havia uma foto de Lima Barreto com a faixa presidencial no gabinete do prefeito de Tubiacanga", relembra o acervo de novelas da Globo. 


Programação de Agosto:

  • Exposição Folclore
  • Contação de histórias com Bernadete Rosa - 14 às 10h
  • Contação de histórias com Silvia Castro - 22 às 9h e às 13h.



Aulas de Canto/coral 3ª e 5ª feiras às 10:30h
Aulas de artesanato - de 9 às 12h e das 13h às 17h.
Aulas de violão - 5ª feira de 15 às 17h.
Aulas de Yoga - 6ª feira às 9:15h.


Biblioteca Escolar Municipal do Méier - Biblioteca Infantil Carlos Alberto (Bica)
Rua Rio Grande do Sul, 83 A, Telefone: 3822-0683
E-mail: biblimeier@rioeduca.net

Postado por Lucimar Abelhas, bibliotecária Subgerente da BEM.

Referências:

  • BARRETO, Lima, Prosa seleta. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2001.
  • BARBOSA, Francisco de Assis. A vida de Lima Barreto. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 2002.
  • DIAS, André. Lima Barreto e Dostoiévski: Vozes Dissonantes". Niterói: EDUFF, 2012. 230 p.
  • MENDONÇA, Bernardo. Lima Barreto por Lima Barreto: um roteiro. In: BARRETO, Lima. Um longo sonho do futuro. Rio de Janeiro: Graphia, 1993.
  • PRADO, Antonio Arnoni. Lima Barreto: o crítico e a crise. Rio de Janeiro: Cátedra, 1976.
  • HIDALGO, Luciana. Literatura da urgência: Lima Barreto no domínio da loucura. São Paulo: Annablume, 2008.
  • CAMPATO JR, João Adalberto. Lima Barreto: Retórica e Literatura Militante nas Recordações do Escrivão Isaías Caminha. Curitiba: CRV, 2013.
  •  
  • Histórico da Biblioteca Lima Barreto – Célia Gurgel (Bibliotecária de 01/02/88 a 16/08/98
  • Histórico da BICA – Disponível em www.cultura.rj.org.br